domingo, 25 de junho de 2023

Carta encontrada nos guardados da CASA DE DONA PAULA

 


Anápolis 25 de Dezembro de 2005

                                                       Querida MAMÃE, sua bênção...

      Sabemos que seu coração materno, cheio de luz Divina, nos ouve, sempre ouviu e sempre nos ouvirá, pois era ligado a nós como antenas a captar todos nossos anseios, desejos e necessidades.

      MAMÃE, a saudade dói mais a cada dia que passa, quando olhamos ao nosso lado e já não vemos aquele SER franzino no físico, mas grande no espírito, sucumbimos à dor da separação. As lágrimas vem em abundância. Mas como evitá-las?

      Sabemos MAMÃE querida, que pelo seu coração puro e demasiadamente grande, seria esse o seu pedido a Deus Pai, seu pedido não, sua oração.

      "Abençoa, Senhor os meus filhos e filhas e dai-lhes a paz! Aquele a  quem alguém ajudou, que ajude ainda mais, aquele a quem magoou que não magoe mais.

      Que saibam que são luzes que brilham juntas, que são velas que queimam no altar da esperança. Que são trilhos que percorrem os mesmos dormentes e vão terminar no mesmo lugar. Aves que voam em bando. Versos que seguem versos nas rimas da vida. Barcos que singram mares, até separados, mas sabem o porto aonde vão se encontrar.

      Sobretudo, Senhor, que eles saibam deixar um no outro uma saudade que faz bem, que sonhem juntos . Que briguem, mas brinca, se zanga e perdoa, que um sentimento mais forte que a morte os faz ser amigos no riso e na dor. Que sejam vidas que fluem juntas, rios que não confluem, mas vão paralelos.

      Que sejam unidos pelo Amor, que um dia eu os ensinei e sei que eles vão levar sempre pelo resto da vida gravado em seus corações.

      São assim os filhos que a vida me deu.

      E por fim Senhor, proteja-os debaixo de seu manto benigno e protetor, pois sei que só o Senhor tem palavras de vida e salvação.                     

                                                                    OBRIGADA SENHOR"

                                

Receba MAMÃE Querida, neste natal, o primeiro sem o nosso esteio, nosso porto seguro, nosso colo sempre a nos esperar para ninar-nos e dar-nos sempre a palavra certa, aquela que queríamos ouvir para aquietar nosso coração angustiado.

      Receba, minha querida, nosso amor maior, o nosso abraço carinhoso carregado de muita, muita saudade...

     Hoje, MAMÃE, nós, seus filhos, agora perdidos no ninho, compreendemos o primeiro grande significado da palavra AMOR...

E esse amor se resume em:                                                

PAULA FERREIRA DUARTE